Case C.lab

Apresentação do case da construção de um laboratório de experiência do usuário na Celepar - o C.lab, que visa a atender a estrutura do Governo do Paraná, buscando apoiar a transformação digital dos órgãos e instituições, com a finalidade maior de beneficiar o cidadão.

 

1. MÉTODO EMPREGADO

 

A criação do C.lab surgiu para atender à necessidade de atuar na implantação de ferramentas e metodologias que permitam a absorção da cultura da inovação, mantendo o foco na melhoria da qualidade nos processos da companhia e priorizando a experiência do usuário (UX) na concepção de seus produtos, serviços e sistemas.

As metodologias utilizadas foram Seminários e um Design Sprint, que aconteceram nos seguintes formatos:

Ilustração de usuários nas fases do Clab que são: viabilidade, planejamento, execução e encerramento

 

1.1. Seminários

Os seminários foram resultado de uma parceria entre Celepar e UFPR desde dezembro de 2018, para realizar um projeto definido como Pesquisa-Ação (PA).

Por meio de um método prático colaborativo, contou com a participação direta de colaboradores da organização e desenvolveu ações envolvendo Processos de Desenvolvimento de Sistemas e Design Centrado no Usuário (DCU).

Nos seminários, ocorreram pesquisas com usuários (colaboradores da Celepar) e debates sobre como implementar uma cultura de inovação, disseminar o conhecimento de DCU e aplicá-lo ao desenvolvimento das soluções de TIC feitas para o Governo do Paraná.

Foram realizados diversos seminários via plataforma on-line, entre fevereiro e março de 2021, para reestruturar o planejamento da terceira ação da PA, que definiu a criação e a estrutura do C.lab, alinhado com o planejamento estratégico da Celepar, que para 2021 tinha em suas metas:

 A criação de um laboratório de experiência do usuário
 A transformação da cultura

Participantes: o grupo permanente que participou dos seminários contou com 13 colaboradores (analistas, designers e gestores) e esporadicamente, conforme a necessidade do debate, houve a participação de colaboradores da DT, DM e DGP.

Saiba mais sobre Pesquisa-Ação (PA)

 

1.2. Design Sprint – Oficina de aceleração e validação do C.lab

Em paralelo aos seminários, foi realizado um Design Sprint, visando à melhoria da atuação para o funcionamento do C.Lab.

O objetivo do sprint foi captar com os usuários (colaboradores da Celepar) os problemas, necessidades, oportunidades e sugestões de melhorias, baseados em práticas, casos e vivências da Celepar, desde o momento do início de um projeto até a entrega.

O formato aplicado foi uma perspectiva de cocriação, que permitiu a todos os participantes a oportunidade de expor seus conhecimentos e experiências, possibilitando uma visão de diferentes personas, que ampliou e direcionou pontos indicadores e estratégicos a ser ajustados ao C.lab.

Participantes: o processo envolveu 47 colaboradores de diversas áreas da empresa (analistas e gestores).

 

2. TÉCNICAS UTILIZADAS

 

2.1. Seminários

Os seminários se formaram por processos cíclicos para todas as ações que foram sugeridas, avaliadas e definidas.

Em média, cada seminário tinha 2 horas de duração e todas as ações definidas para o C.lab foram documentadas pelo líder (pesquisador da UFPR) do projeto.

 

Processo cíclico dos seminários

Ilustração com flechas do processo cíclico dos seminários

1. SEMINÁRIO

Participantes representativos da Celepar discutem, examinam e decidem ações. Utiliza-se base teórica e empírica para elaborar ações.


 

3. IMPLEMENTAÇÃO

O plano de ação é colocado em prática e implementado na organização.


 

 

2. PLANO DE AÇÃO

É feito um planejamento de ações diante dos objetivos identificados no processo.


 

 

4. AVALIAÇÃO

Os integrantes avaliam os resultados das ações e por consenso do grupo concluem ou continuam o processo cíclico.


 

 

Benchmarking

Pensando em melhores práticas de mercado, alguns participantes do projeto Pesquisa-Ação (PA) partiram para uma análise de benchmarking, para conhecer as principais métricas e práticas que outros laboratórios de experiência do usuário e inovação executam.

Foram feitas visitas virtuais nos laboratórios da Fiep e Sebrae, em que foram apresentados o processo para a estruturação e a metodologia de trabalho.

 

Questionário

Uma das ações do C.lab foi a elaboração de um curso EAD sobre Design Centrado no Usuário - DCU e um questionário on-line para avaliação de conhecimento e interesse sobre DCU.

O objetivo foi ofertar o curso para usuários (colaboradores da Celepar) e obter, além da avaliação do material informativo-comunicacional, a possibilidade de mapear possíveis práticas de DCU existentes na Celepar.

De abril/2021 a novembro/2021, o questionário obteve 224 respostas e trouxe alguns pontos importantes a ser considerados:

Como o curso influenciou o entendimento sobre DCU?

Ofereceu novidades que reforçaram o conhecimento.
Trouxe informações que não se sabia que tinham relação com DCU.
Resultou em informações totalmente novas.

Métodos mencionados como já utilizados

Scrum, design sprint, canvas, mapa mental, kanban, feedbacks e pesquisas de perfil do usuário, análise e interação do usuário com o sistema, entrevista e coleta de informações com o usuário, cenários com dados reais e prototipação.

 

2.2. Design Sprint

O sprint aconteceu em um único workshop, com duração de 2h30, via plataforma on-line, sendo definido como um ciclo curto, com práticas colaborativas e entregas ágeis.

Durante o sprint, a técnica utilizada foi a construção de dashboards com indicadores para a atuação do C.lab, considerando quatro etapas principais.


Etapa 1

Participantes: esperanças e medos

A construção do primeiro e segundo dashboards trataram questões pessoais e emocionais que representassem boas expectativas, esperanças, perigos ou ameaças.

 


Etapa 2

Como vocês se veem inseridos no processo?

Com base na entrada formalizada da demanda na Celepar,  o terceiro e quarto dashboards possibilitaram aos participantes marcar um posicionamento de atuação nas fases que acompanham o desenvolvimento de todo o processo: ESCOPO, OPORTUNIDADES DE INOVAÇÃO, COCRIAÇÃO e ENCAMINHAMENTO.


Etapa 3

Qual a melhor forma de transição? 

O quinto dashboard buscou identificar soluções para a atuação do C.lab em meio ao processo de desenvolvimento do projeto.


Etapa 4

Quais serviços e oportunidades se espera?

O sexto dashboard analisou quais seriam as ações do C.lab que mais ajudariam na melhoria do desenvolvimento de projetos inovadores.


 

Print das telas dos dashboards em tamanho miniatura

 

Consulte os dashboards completos do sprint C.lab

 

 

Resultados da análise do sprint

ESPERANÇAS

  • Espera-se do C.lab o apoio para que a Celepar tenha mais qualidade nas entregas, mais produtos inovadores, priorizados de forma adequada, pensados com a participação do cliente e foco no cidadão.
  • Espera-se que o C.lab possa ser o promotor de mais interação entre todos os envolvidos no projeto.

OBJETIVOS

  • Priorização dos projetos.
  • Maior interação entre as equipes.
  • Disseminação da cultura de inovação.
  • Stakeholders mais envolvidos.
  • Produtos com melhor qualidade.
  • Foco no usuário (cidadão).

NECESSIDADES

  • Participação do cliente nas definições e priorizações.
  • Presença do portfólio da empresa.
  • Identificação e envolvimento dos usuários efetivos no processo de criação e definição. Esse usuário, na maioria das vezes, não é o cliente demandante.
  • Planejamento adequado de prazos para atividades de UX, para não impactar negativamente na entrega.

 

EQUIPE

Projeto: deve envolver todos os níveis, com participação em todo o processo (ideação, prototipação, transição para o desenvolvimento e validação da entrega). Alinhamento entre a DT e DM.

Celepar: é importante a presença do coordenador de atendimento, gerente do projeto, equipe técnica e designer.

Cliente: é patrocinador, demandante e deve indicar a correta identificação dos usuários. 

RISCOS

Cultura: mudança cultural na Celepar (cultura de inovação e interação entre os diversos setores).

Viabilidade: priorização das demandas. Gerar expectativas erradas que podem não ser atendidas na transição entre DM e DT (tecnologia, informações, prazos). Avaliação da real necessidade do cliente, com entendimento das partes.

Prazo: técnico e não político. Atividades de UX devem ser planejadas desde o início do projeto.



 

3. FOCO DCU

 

Em que momento e como aconteceu o envolvimento dos usuários?

Tanto nos seminários quanto no sprint foram considerados usuários os colaboradores da Celepar.

Nos seminários, os usuários selecionados participaram desde o início do projeto. E no sprint, como foi em um único workshop, teve a participação de alguns usuários dos seminários, entre outros selecionados.

 

Como foram identificados e como se chegou a esses usuários?

Foram selecionados usuários das áreas DT, DM e DGP, conforme indicação dos gestores participantes.

 

O que foi utilizado para coletar dados com esses usuários?

Nos seminários, os debates eram organizados e registrados em documento pelo líder do projeto (pesquisador da UFPR), que compilava todas as informações e gerava relatórios para acompanhamento dos participantes.

No sprint, através da ferramenta Miro, os facilitadores do workshop criaram dashboards com perguntas específicas em que os colaboradores puderam eles mesmos analisar a jornada do usuário, cidadão ou cliente e incluir suas diferentes percepções sobre o C.lab.

 

Como foram sintetizadas as informações coletadas com esses usuários?

Nos seminários, por meio do líder do projeto (pesquisador da UFPR), que compilou as informações e gerou o relatório da Pesquisa-Ação (PA), em que registra todas as ações realizadas.

No sprint, através dos facilitadores e especialistas do C.lab, que compilaram as informações e que podem ser verificadas no item 2 desta página.

 

Houve algum controle pós-uso e/ou alguma avaliação da aceitação do produto pelos usuários? Como isso ocorreu e quais instrumentos foram utilizados?

Como a criação do C.lab é uma iniciativa recente na empresa, ainda não se tem uma avaliação pós-uso ou de aceitação completa das práticas sugeridas para DCU. Porém, observou-se que há um movimento mais intenso de colaboradores na empresa que buscam inserir a experiência do usuário em seus projetos, sendo esse um fator positivo para a atuação do C.lab.

 

 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O C.lab tem a pretensão de apoiar áreas da empresa que necessitem de orientação ou execução de práticas de DCU, tornando o envolvimento com usuários uma forma contínua no desenvolvimento de projetos.

Aplicar o DCU é uma oportunidade para a inovação, é trazer o usuário para o foco do projeto e, consequentemente, gerar entregas mais assertivas e satisfatórias.

Principais pontos verificados

DESAFIO

  • A transformação cultural
    Alcançar o entendimento da importância do DCU no desenvolvimento de projetos é uma meta difícil, porém necessária. 
    Uma transformação cultural precisa desconstruir ciclos tradicionalmente formados e por isso enfrenta resistência, mas deve trazer valor e propósito para as mudanças que chegam com o avanço tecnológico.

OBSTÁCULO

  • O prazo
    É sempre uma barreira, pois envolver o usuário no desenvolvimento de um projeto provavelmente induzirá a prazos maiores e nem sempre é possível ter essa flexibilidade na execução da demanda.

PONTO INTERESSANTE

  • Como inserir DCU
    Observa-se que boa parte dos colaboradores da Celepar sabe da necessidade e quer envolver o usuário no desenvolvimento de projetos, porém, por muitas vezes, não sabe como ou qual a melhor maneira de fazer isso.