Usabilidade em sistemas

Projeto centrado no ser humano

Um sistema orientado para a usabilidade possui uma interface que deve ser usada para se executar uma tarefa sem chamar nenhuma atenção para si, de modo a permitir que os usuários não precisem focalizar a sua energia na interface, mas apenas no trabalho que eles desejam executar. Isso permite que a informação flua naturalmente.

Assim, as interfaces devem ser projetadas visando a atender às necessidades e expectativas dos usuários, permitindo que eles direcionem a sua atenção para os objetos com os quais trabalham diretamente e que devem refletir o mundo real do trabalho deles.

A falta de softwares de sistemas de informação bem projetados do ponto de vista de suas interfaces com os usuários tem sido responsável por perdas de diversos tipos. Uma interface mal projetada pode causar danos graves e dificuldades na execução do trabalho. Mesmo assim, poucas organizações consideram esse fator quando estão planejando as suas aplicações.

 

Checklist para sistemas

A prioridade dos critérios da usabilidade é definida de acordo com o conhecimento e prática do usuário, conforme a área de aplicação de cada sistema.

No caso da CELEPAR, optou-se pela elaboração de um checklist baseado na avaliação heurística, nos conceitos de experiência do usuário e percurso cognitivo, considerando as seguintes características:

  • Aprendizagem
  • Compatibilidade
  • Consistência e adesão às normas
  • Design de interface
  • Prevenção de erros
  • Produtividade
  • Acessibilidade
  • Satisfação do usuário

Consulte o checklist


       

      Interação humano-computador

      A interação deve surgir a partir da interface com o usuário, já que o sistema deve se adaptar aos usuários para agir de forma cognitiva. A interface deve ser um fator de inclusão nesse processo do conhecimento.

      A tecnologia ganhou um espaço imprescindível. Portanto, são necessárias a interpretação e, consequentemente, a atualização dos sistemas conforme a cultura do homem. Os sistemas de informação devem ser desenvolvidos de forma cognitiva, para que os usuários possam executar as tarefas como se fossem simples. Não deve haver dúvidas ao executar tarefas.

      As áreas de uma interface precisam ser bem definidas, para proporcionar uma boa interação humano-computador. Cada dúvida que surge na navegação distrai a atenção do usuário da tarefa executada e, quando acumuladas, podem confundi-lo. Toda a solução visual deve ser bem clara para a percepção do usuário, a fim de acelerar o processo de navegação e tornar o sistema bem mais funcional e intuitivo. Portanto, deve existir essa preocupação entre os diálogos e ações entre homem e máquina.

       

      O que fazer

      • Entenda os sistemas de informação de forma abrangente, em seus diferentes níveis: informal, formal e técnico.
      • Considere a diversidade de contextos e situações de uso.
      • Valorize a diversidade de usuários em suas capacidades perceptuais, cognitivas e motoras.
      • Recorra explicitamente à participação dos usuários em espaços colaborativos de design – na concepção, na proposição e na avaliação dos sistemas.

       

      Consistência e padrões

      A consistência é uma das principais características para a usabilidade de uma interface. Ela reduz a frustração provocada por comportamentos inesperados e logicamente incompreensíveis do sistema. Além disso, permite que uma pessoa generalize o conhecimento de um aspecto do sistema para os outros. Para ser consistente, é necessário que os menus, comandos de entrada, exibições de informação e todas as funções de uma interface possuam a mesma apresentação visual e o mesmo comportamento.

       

      O que fazer

      • Utilize sequências consistentes de ações em situações similares.
      • Use terminologia idêntica em prompts, menus e telas de ajuda.
      • Ofereça atalhos aos usuários experientes.
      • Envie feedbacks informativos.
      • Apresente as etapas do processo.
      • Ofereça uma forma simples de correção de erros.
      • Permita fácil reversão de ações.
      • Projete o sistema para deixar os usuários como iniciadores das ações em vez de reagentes.
      • Reduza a carga de memória curta do usuário.
      • Mantenha apenas as informações úteis, diretas e claras: o diálogo do sistema com o usuário não deve conter informações desnecessárias.
      • Forneça ajuda documentada, em caso de necessidade.

       

      O que evitar

      • Comportamentos inesperados.
      • Uso de diversos nomes para um mesmo assunto.
      • Uso de um mesmo ícone para funções diferentes.

       

      Qualidade em uso

      A qualidade em uso visa a cobrir não apenas a facilidade de uso, mas também as funcionalidades e o suporte apropriado às atividades de uso em cenário real. É considerado não somente a visão do usuário, mas do contexto de uso em ambiente de trabalho.

      Qualidade em uso é um termo cunhado em meados da década de 1990 por Nigel Bevan e incorporado à norma ISO/IEC 9126, originalmente se referindo à qualidade de software. Ela estende a caracterização da qualidade e ergonomia de software contida em determinadas normas ISO, englobando o contexto do ambiente de trabalho para identificar a satisfação de uso, focando não apenas o usuário, mas o seu comportamento ao interagir com um sistema computacional. A qualidade interna (propriedades do código) e a qualidade externa (comportamento do software durante a execução) influenciam a qualidade em uso e estão contidas nela. Dessa forma, tem-se a percepção da qualidade verificada por meio do uso.

       

      Objetivos da qualidade em uso

      A qualidade em uso tem como principal objetivo a avaliação de como o software atende às necessidades dos usuários. É analisada sob quatro características:

      Eficiência: capacidade do produto de software de permitir ao usuário atingir metas específicas como completude, em um contexto de uso específico

      Produtividade: capacidade do produto de software de permitir que seus usuários empreguem quantidade adequada de recursos em relação à efetividade alcançada em um contexto de uso específico

      Segurança: capacidade do produto de software de apresentar níveis aceitáveis de riscos de danos a pessoas, negócios, software, propriedade ou ambiente em um contexto de uso específico

      Satisfação: capacidade do produto de software de satisfazer usuários em um contexto de uso específico


       

      Flexibilidade e eficiência de uso

      O sistema precisa ser fácil para usuários leigos, mas flexível o bastante para se tornar ágil para usuários avançados.

      Tomar atalhos, entender abreviações, ler texto rápido, passar telas com um leve movimento dos dedos são ações muito comuns para a maioria das pessoas. Este tipo de eficiência torna a experiência muito mais prática e satisfatória. O que uma interface de dispositivo móvel necessita para ter esse benefício é a ergonomia, a compreensão do funcionamento do usuário, tanto cognitivo quanto tátil. Uma vez que o sistema é intuitivo o bastante, ele auxilia tanto os leigos, que nunca tiveram acesso a ele, quanto aos mais avançados, que conseguem facilmente acessar as informações necessárias com um breve combinado de comandos.

       

      O que fazer

      • Centre no usuário o design de seu sistema.